Na hora do almoço o pantaneiro dorme. Eu ando de bicicleta. A magrela
vai quietinha. Um cervo para no meio da estrada de terra e me olha. Olho para
ele também. Quero brecar, mas a magrela é enferrujada e resmunguenta. Continuo
na banguela, devagarinho. Flertando! Esticando os segundos. Acariciando a
beleza. Que seja eterno enquanto dure.
Há locais onde não existem mais abelhas. Em algumas cidades da China, pessoas são contratadas para “fazer a polinização” com o auxílio de um tipo de esponja grudada a uma haste, algo parecido com um cotonete grande. Em outras regiões, em que a monocultura impera, é preciso “contratar” abelhas. Como elas não conseguiriam sobreviver ao longo do ano na região...
Quando o principal interesse que está por trás de tudo o que se faz é o financeiro, impera a insensibilidade em torno das produções humanas. Será que em vez de Tistu, nos transformamos em meninos do dedo cinza? Ou, quem sabe, em Midas, aquele do dedo de ouro? Antes que as abelhas nos abandonem definitivamente e a colmeia da vida feneça, precisamos nutrir nossas...
Começar o ano realizando coisas grandiosas, mesmo que pareçam pequenas. "A natureza encerra muitos milagres. Tudo se encontra em movimento. Ininterruptamente", escreve Roselis von Sass.
Quando eu era
menina, tínhamos um balanço no jardim. No verão, quando caía a chuva forte nos
finais de tarde, eu seguia de fininhoaté lá, subia na cadeira e me balançava de pé. O balanço ia para frente e a chuva encontrava meu rosto em cheio, o balanço ia pra trás e a camiseta se encharcava com as gotas grandes. Naqueles dias a liberdade cabia dentro de uma gota de...