
"Os anos seguintes decorreram sem quaisquer ocorrências notáveis. A genuína religiosidade existente no caráter da mãe soube manter a paz e a harmonia na cabana, e com isso também alegria e bem-aventurança, se bem que isso às vezes não era fácil. Li-Fu-Tai vivia na continuada esperança de ver irromper o ancestral em seu filho. Ao menos devia o garoto ser completamente diferente das demais crianças. Li-Erl desenvolvia-se igual a outras crianças sadias. Observava-o constantemente e com isso decepcionou-se, não poucas vezes. No tempo devido o menino aprendeu a falar e a caminhar; infantilmente caiu na água e quis pegar o fogo. Fizesse ele alguma travessura, recebia as mais ásperas repreensões do pai pela criancice. A mãe, no entanto, sem muito alarde, contornava os castigos severos em demasia e atenuava as censuras. Ela sentia que os atos do pequeno, tão irritantes ao pai, provinham todos da mesma fonte: uma enorme sede de saber. A intuição da mãe observava-o em tudo quanto a criança empreendia. O menino era de poucas perguntas, preferia aprender na própria vivência."

“Nas escarpadas encostas, que se situavam como proteção, no lado do poente, eles queriam pernoitar. Ali armaram suas peles em forma de tendas, para se protegerem contra o vento da noite. Construíram um pequeno fogão de pedras, para fazerem fogo à noite.
Então seguiram o caminho até alcançarem o fim da alta planície. O céu irradiava uma indescritível claridade, o Sol declinava e o mar parecia chamejar. No chão branco da margem arenosa e calcária, com leve declive, e cujas beiras eram lavadas pelo mar, pairava um brilho áureo-cintilante...”
Éfeso, Coleção o Mundo do Graal

“A criança relatou o acontecimento que acabara de vivenciar. Ardente foi a indignação que ela expressou por palavras. Ardentes, como fagulhas, caíram cada uma dessas palavras no coração da mãe e inflamaram ali sentimentos intuitivos que há muito dormitavam latentes: pureza! dignidade de mulher! justiça!”
Cassandra, Coleção o Mundo do Graal