“Vícios, por exemplo, também são pendores. Uma propensão para o consumo desenfreado de bebida, jogatina, drogas, fumar, vida sexual exacerbada, etc., tudo isso sempre vai se fortalecer com o tempo. A pessoa atacada por esses males — ‘atacada’ é o termo certo —, vai afundar junto com eles se não opuser a mais tenaz e enérgica resistência, e, principalmente, se não perseverar nessa resistência. ‘Afundar’ também é o termo adequado, pois todas essas características más fazem a alma de fato afundar espiritualmente, por efeito da Lei da Gravidade espiritual. Não é nenhuma força de expressão. Vencer um pendor é uma luta muito dura.”
Roberto C. P. Junior, O Dia sem Amanhã

Sibélia Zanon
A beleza é mandamento na asa de passarinho. Se assim não fosse, a cor não habitaria tanta pena. Planando em altura e com leveza, a beleza é arrebatamento – um horizonte se deita sob suas asas.
A beleza chega a ser pungente – pulsa e se faz reconhecer fácil e intimamente. É essência e necessidade numa vida que busca inteirezas.
Por ser tão forte, chega a provocar desconforto ao revelar a ferida. Deflagra aquilo que o cotidiano – coberto com um manto tecido de dor e breu – não consegue ser. Ao iluminar a penumbra costumeira, a beleza constitui-se num lembrete da escassez e pode fazer doer uma saudade. O que parecia conforto passa a ser…

“Nas escarpadas encostas, que se situavam como proteção, no lado do poente, eles queriam pernoitar. Ali armaram suas peles em forma de tendas, para se protegerem contra o vento da noite. Construíram um pequeno fogão de pedras, para fazerem fogo à noite.
Então seguiram o caminho até alcançarem o fim da alta planície. O céu irradiava uma indescritível claridade, o Sol declinava e o mar parecia chamejar. No chão branco da margem arenosa e calcária, com leve declive, e cujas beiras eram lavadas pelo mar, pairava um brilho áureo-cintilante...”
Éfeso, Coleção o Mundo do Graal
“Qualquer exercício especial dá sempre apenas um mísero sucedâneo da força consciente da grande simplicidade, que reside na naturalidade do autodomínio permanente.”
Abdruschin, Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal

