“‘Tudo o que um ser humano faz a outrem, criatura humana ou animal, seja para o bem ou para o mal, ele o faz a si próprio!’ ”
Graças a essas palavras decisivas dos sábios, o povo de Kataban evitava o pecado e a injustiça. Pyramon havia feito mal a si próprio. O que aconteceria a ele? A harmonia com o mundo do céu fora perturbada…
— Mãe, perdoa-me.
Tanahura estava tão entregue a seus pensamentos tristes, que não havia percebido a chegada do filho.
— Pyramon, meu filho!
Como um grito soaram essas poucas palavras. Lágrimas rolavam em suas faces, ao notar o desespero nos olhos de Pyramon. Que consolo ela lhe poderia dar? Haveria, aliás, um consolo para os tormentos da alma dele? Com os dedos delicados ela acariciou-lhe a testa.
— O sofrimento desperta o coração! E as lágrimas do arrependimento lavam o erro!
Quem falara essas palavras? Surpresos, Pyramon e a mãe olhavam para Thisbe que, ao lado deles, proferira essas palavras, certamente sem que ela mesma as compreendesse. Ao ver a surpresa nos rostos, a criança logo acrescentou que Pegulthai sempre falara assim…
— Tuas palavras vieram em tempo certo, disse Tanahura, enquanto abraçava a criança. De agora em diante viverás comigo no palácio, e serás uma filha para mim e para o rei. Magog e Pyramon deixarão nosso país para trabalhar na terra dos sábios.
Quando Pyramon ouviu as palavras da mãe, algo semelhante à alegria penetrou em seu coração. De bom grado iria para o país dos sábios. Ficaria lá também."
Roselis von Sass, A Grande Pirâmide Revela seu Segredo