“— Quem quiser curar uma doença, tem de olhar a pessoa integralmente! começou com voz serena. É importante perscrutar seus hábitos de vida e sua religião. Só esse conhecimento, muitas vezes, já nos oferece uma imagem de seu estado anímico e das causas de seus sofrimentos físicos. Doenças puramente físicas podemos constatar pela cor da pele, das unhas e dos lábios. E nos olhos!... Os olhos são para nós de suma importância para um diagnóstico seguro, tanto física como animicamente.”
Roselis von Sass, A Verdade sobre os Incas
Nas plantas, quando as folhas aparecem manchadas, amarelam e caem, muitas vezes o problema está na raiz. Ela pode estar sofrendo por excesso de água, falta de nutrição ou sugadores que consomem sua seiva. Cuidar só das folhas que apresentam o sintoma não tem serventia, é preciso cuidar da planta toda. Pessoas são parecidas com as plantas.
“Todos reconhecem que a medicina ortodoxa perdeu de vista a totalidade do ser humano”, escrevem Thorwald Dethlefsen e Rüdiger Dahlke no livroA doença como caminho. “Os procedimentos médicos, até agora, orientaram-se unicamente pela funcionalidade e pela eficácia: a falta de ‘uma alma interior’ é que por fim acarretou-lhe a crítica de desumana.”
Na vegetação, há sugadores como o pulgão ou a cochonilha que tiram a força da planta e deixam feridas que atraem outros insetos. E nas pessoas? O que pode sugar sua força?
O povo inca dizia que o cérebro, por formar os pensamentos, é a parte mais vulnerável do corpo. Eles sabiam que, como gerador de pensamentos, o cérebro forma focos de muitos males que afetam alma e corpo.
“— Tens razão, sábio Bitur! disse um dos médicos. Nosso cérebro é o ponto mais vulnerável. Teus alunos, quero dizer os alunos que pertencem a teu povo, não conhecem suficientemente a maldade que reina entre os seres humanos de outros povos. Por isso não compreenderam tua afirmação.
E assim aconteceu. Nenhum compreendera, embora sentissem intuitivamente que Bitur tinha razão. De repente, o guardador de remédios exclamou:
— Naturalmente, Bitur tem razão! O cérebro forma nossos pensamentos! Eles vêm e voltam, podendo ser bons ou maus! Eu conheci a mulher de um caçador ‘runca’... Há pouco ela esteve conosco... Sua cabeça, sim, todo seu corpo, parecia movimentar-se no meio de uma nuvem invisível na Terra... uma nuvem que consistia em irreconhecíveis formas nebulosas de espécie humana e animal... turvando-lhe qualquer visão... A mulher sofria muito com a falta de ar e tinha fortes dores nos joelhos. Às vezes ela pensava que ficaria asfixiada...”

Sibélia Zanon
A beleza é mandamento na asa de passarinho. Se assim não fosse, a cor não habitaria tanta pena. Planando em altura e com leveza, a beleza é arrebatamento – um horizonte se deita sob suas asas.
A beleza chega a ser pungente – pulsa e se faz reconhecer fácil e intimamente. É essência e necessidade numa vida que busca inteirezas.
Por ser tão forte, chega a provocar desconforto ao revelar a ferida. Deflagra aquilo que o cotidiano – coberto com um manto tecido de dor e breu – não consegue ser. Ao iluminar a penumbra costumeira, a beleza constitui-se num lembrete da escassez e pode fazer doer uma saudade. O que parecia conforto passa a ser…

“Nas escarpadas encostas, que se situavam como proteção, no lado do poente, eles queriam pernoitar. Ali armaram suas peles em forma de tendas, para se protegerem contra o vento da noite. Construíram um pequeno fogão de pedras, para fazerem fogo à noite.
Então seguiram o caminho até alcançarem o fim da alta planície. O céu irradiava uma indescritível claridade, o Sol declinava e o mar parecia chamejar. No chão branco da margem arenosa e calcária, com leve declive, e cujas beiras eram lavadas pelo mar, pairava um brilho áureo-cintilante...”
Éfeso, Coleção o Mundo do Graal
“Qualquer exercício especial dá sempre apenas um mísero sucedâneo da força consciente da grande simplicidade, que reside na naturalidade do autodomínio permanente.”
Abdruschin, Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal

