"A chegada do rei na aldeia era um grande acontecimento. As mulheres reuniram-se na casa de Wania, ajudando-a a preparar um banquete condigno. Enquanto isso as crianças circundavam os dois dragões, oferecendo-lhes guloseimas de mel. Ambos os animais tomaram delicadamente os doces das mãos das crianças e, a seguir, começaram a apanhar pequenas frutinhas dos arbustos ao redor.
Os três homens falavam sobre diversos assuntos relacionados com o êxodo. Gawan confessou que no primeiro momento ficara com pena de deixar sua bela casa e os campos férteis. Contudo, essa manifestação ingrata felizmente não durou muito. Ao contrário.
— Agradecemos ao nosso senhor e rei pela nova pátria já pronta para nos receber. A modificação fará bem a nós todos, pois entrará novamente mais movimento em nossa vida, mais trabalho, e certamente estarão ligados a isso também novos reconhecimentos espirituais!"
Roselis von Sass, Atlântida. Princípio e fim da grande tragédia

Sibélia Zanon
A beleza é mandamento na asa de passarinho. Se assim não fosse, a cor não habitaria tanta pena. Planando em altura e com leveza, a beleza é arrebatamento – um horizonte se deita sob suas asas.
A beleza chega a ser pungente – pulsa e se faz reconhecer fácil e intimamente. É essência e necessidade numa vida que busca inteirezas.
Por ser tão forte, chega a provocar desconforto ao revelar a ferida. Deflagra aquilo que o cotidiano – coberto com um manto tecido de dor e breu – não consegue ser. Ao iluminar a penumbra costumeira, a beleza constitui-se num lembrete da escassez e pode fazer doer uma saudade. O que parecia conforto passa a ser…

“Nas escarpadas encostas, que se situavam como proteção, no lado do poente, eles queriam pernoitar. Ali armaram suas peles em forma de tendas, para se protegerem contra o vento da noite. Construíram um pequeno fogão de pedras, para fazerem fogo à noite.
Então seguiram o caminho até alcançarem o fim da alta planície. O céu irradiava uma indescritível claridade, o Sol declinava e o mar parecia chamejar. No chão branco da margem arenosa e calcária, com leve declive, e cujas beiras eram lavadas pelo mar, pairava um brilho áureo-cintilante...”
Éfeso, Coleção o Mundo do Graal
“Qualquer exercício especial dá sempre apenas um mísero sucedâneo da força consciente da grande simplicidade, que reside na naturalidade do autodomínio permanente.”
Abdruschin, Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal

