
“Velai e orai, diz a sentença que vos é dada mais uma vez no caminho. O velar refere-se à vossa vida terrena, na qual deveis estar automaticamente preparados, a qualquer momento, para intuir nitidamente as impressões que se precipitam sobre vós, e também pesá-las cuidadosamente, assim como examinar antecipadamente, com cuidado, tudo o que sai de vós.
O orar, porém, traz a manutenção da ligação com as alturas luminosas e o abrir-se às sagradas correntezas de força para utilização terrena.”
Abdruschin, Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal

Sibélia Zanon
A beleza é mandamento na asa de passarinho. Se assim não fosse, a cor não habitaria tanta pena. Planando em altura e com leveza, a beleza é arrebatamento – um horizonte se deita sob suas asas.
A beleza chega a ser pungente – pulsa e se faz reconhecer fácil e intimamente. É essência e necessidade numa vida que busca inteirezas.
Por ser tão forte, chega a provocar desconforto ao revelar a ferida. Deflagra aquilo que o cotidiano – coberto com um manto tecido de dor e breu – não consegue ser. Ao iluminar a penumbra costumeira, a beleza constitui-se num lembrete da escassez e pode fazer doer uma saudade. O que parecia conforto passa a ser…

“A criança relatou o acontecimento que acabara de vivenciar. Ardente foi a indignação que ela expressou por palavras. Ardentes, como fagulhas, caíram cada uma dessas palavras no coração da mãe e inflamaram ali sentimentos intuitivos que há muito dormitavam latentes: pureza! dignidade de mulher! justiça!”
Cassandra, Coleção o Mundo do Graal