“Ambos, pai e filho, contemplavam muito felizes a radiante claridade. Parecia como se as suas almas estivessem elevadas em paz e tranquilidade, em bem-aventurança.
E uma voz, perceptível a ambos, ressoou:
‘Tu tiveste o desejo de livrar-te das trevas, porém elas estavam enredadas e ligadas contigo mesmo. Por isso não te pôde vir o reconhecimento. Mas não desanimes. Agora poderás contemplar e reconhecer!’
A claridade aumentava e distanciava-se em ondas de Luz, que afluíam sobre a cama, tinindo. Como que atordoado, o príncipe ajoelhou-se ao lado do pai, com quem se sentia ligado pela primeira vez na sua vida.
Quando Amenemhet, o mais moço, levantou os olhos, alguns minutos após, o esplendor havia desaparecido. Com expressão de tranquilidade no rosto, jazia o faraó, estendido; a mão que o filho segurava começava a esfriar.
‘Oh! pai’, disse o príncipe com profunda afeição, ‘assim, morrendo, ainda me ensinaste o melhor. Agradeço-te!’”
Aspectos do Antigo Egito, Coleção o Mundo do Graal