“‘Meu servo Moisés’, falou a voz do Senhor. ‘Tu duvidas e dás guarida em teu peito a perguntas para as quais não tens respostas. Ainda não estás firme como devias em teu posto. De outro modo, agirias sem vacilar. Se o povo de Israel fosse perfeito, conforme tu o desejas, Eu não te elegeria como seu pastor. Deves amansar e guiar a pastos aprazíveis esta leva bárbara e desordenada, corrompida pela miséria! Essa é tua missão na Terra. É penosa demais, já que te lamentas e te desesperas? Atenta bem ao seguinte: nunca sofreste privações semelhantes; nunca curtiste fome como eles; nunca recebeste o açoite, ao invés da compensação justa. Como queres julgar o estado de alma desse povo?’”
A Vida de Moisés, Coleção o Mundo do Graal

Sibélia Zanon
A beleza é mandamento na asa de passarinho. Se assim não fosse, a cor não habitaria tanta pena. Planando em altura e com leveza, a beleza é arrebatamento – um horizonte se deita sob suas asas.
A beleza chega a ser pungente – pulsa e se faz reconhecer fácil e intimamente. É essência e necessidade numa vida que busca inteirezas.
Por ser tão forte, chega a provocar desconforto ao revelar a ferida. Deflagra aquilo que o cotidiano – coberto com um manto tecido de dor e breu – não consegue ser. Ao iluminar a penumbra costumeira, a beleza constitui-se num lembrete da escassez e pode fazer doer uma saudade. O que parecia conforto passa a ser…

“Nas escarpadas encostas, que se situavam como proteção, no lado do poente, eles queriam pernoitar. Ali armaram suas peles em forma de tendas, para se protegerem contra o vento da noite. Construíram um pequeno fogão de pedras, para fazerem fogo à noite.
Então seguiram o caminho até alcançarem o fim da alta planície. O céu irradiava uma indescritível claridade, o Sol declinava e o mar parecia chamejar. No chão branco da margem arenosa e calcária, com leve declive, e cujas beiras eram lavadas pelo mar, pairava um brilho áureo-cintilante...”
Éfeso, Coleção o Mundo do Graal
“Qualquer exercício especial dá sempre apenas um mísero sucedâneo da força consciente da grande simplicidade, que reside na naturalidade do autodomínio permanente.”
Abdruschin, Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal

