"O corpo da gente é uma casca.
Dentro dele mora uma vontade.
Às vezes, a vontade rompe a casca e voa.
Aí, a casca fica vazia.
Quem fica festeja o voo
porque voo não é pena.
E saudade... é um par de asas.”
Sibélia Zanon, Casca vazia
É na infância que surge a descoberta do amor! E com o amor vem a consciência da possibilidade da perda. Depender de uma pessoa que se ama e correr o risco de perdê-la gera uma sensação de grande vulnerabilidade.
Em diversos momentos da vida, a despedida se faz tema e a natureza é uma grande parceira que nos inspira a ler o mundo: o casulo se esvazia e dá vazão ao corpo potente. A casca do ovo se quebra e dá voo ao pássaro. O girassol murcha e doa numerosas sementes. A nuvem se derrama em chuva.
Uma casca vazia pode simbolizar o processo de transformação com suas oportunidades de renascimento.
Será que aquilo que observamos na natureza das plantas e dos bichos também combina com a natureza das gentes?
Já nas primeiras semanas de formação do feto, uma diversidade de células se multiplicam enquanto outras morrem. A morte programada de determinadas células ajuda a dar forma ao crescimento. Vida e morte coexistem desde o início do processo de desenvolvimento. E assim prosseguem, unidas, com a renovação celular constante dos corpos.
Desde cedo, confrontados com percepções sobre a transitoriedade da vida, podemos seguir sós ou acompanhados. A natureza e a literatura se fazem boas companheiras na observação e vivência simbólica de tudo o que nos toca.
A delicadeza das primeiras experiências com a separação e o luto possibilitam a reflexão sobre os ciclos, sobre as trajetórias de vida, sobre uma existência que abriga renascimentos. Todos merecemos refletir sobre os ciclos de vida dos seres vivos, sobre o nosso ciclo de vida. Ter a liberdade de falar sobre a morte aumenta a potência da vida.
“— A morte e o enigma da morte preocupam a nós, os egípcios, durante todo o tempo de vida… Esse enigma nos persegue. De modo invisível, como um espectro…”
Roselis von Sass, Sabá, o País das Mil Fragrâncias
“Sempre e sempre de novo se reconhece que tudo, mas tudo mesmo, se encontra exclusivamente nas mãos do próprio ser humano. Unicamente ele é senhor do seu próprio destino...”
Roberto C. P. Junior, Jesus Ensina as Leis da Criação
“Onde a pura força do espírito traspassa inteiramente o corpo de matéria grosseira e o domina, lá os movimentostêm de evidenciar beleza...”
Abdruschin, Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal
"Os seres humanos outrora estavam tão estreitamente ligados aos entes da natureza que confiavam no auxílio deles, e se teriam arriscado em...”
Roselis von Sass, Atlântida. Princípio e o fim da grande tragédia.