A Páscoa

abril 18, 2019

 

Fernando José Marques

A ressurreição de Cristo ocorreu em uma data especial para os judeus: a Páscoa. A Páscoa dos judeus é comemorada no décimo quarto dia do sétimo mês do ano do calendário judaico.

Quando Moisés pediu a libertação do povo judeu ao faraó, e este lhe recusou, o Egito foi assolado por diversas pragas. Apesar da gravidade dos acontecimentos e dos prejuízos causados por essas pragas, o faraó não concedia a libertação do povo judeu, daí ter vindo mais um acontecimento terrível: a morte dos primogênitos. Na preparação para tal acontecimento, diz a Bíblia:

“Disse o Senhor a Moisés e a Arão na terra do Egito:
Este mês será para vós o primeiro mês; o primeiro mês do ano.
Dizei a toda a congregação de Israel: Aos dez deste mês
tome cada homem para a sua família,
um cordeiro para cada casa.” (Ex 12:1-3)
 
Mais adiante continua o texto bíblico, falando a respeito do cordeiro que seria sacrificado:

“Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem.” (Ex 12:7)

Depois, continua:

“(...) esta é a páscoa do Senhor.
Naquela noite passarei pela terra do Egito, e
ferirei todos os primogênitos na terra do Egito,
desde os homens até aos animais; e sobre todos os deuses do
Egito executarei juízo. Eu sou o Senhor.
O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes;
vendo o sangue, passarei por cima de vós, e não haverá
entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.
Este dia vos será por memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao
Senhor; nas vossas gerações o celebrareis
por estatuto perpétuo.” (Ex 12:11-14)
 
Foi essa a primeira vez que se empregou o termo Páscoa. Em hebraico corresponde a “pesach”, que se transformou em “páscha” em grego, “pascha” em latim, resultando em páscoa no português. Literalmente, esse vocábulo significa “passagem por cima”, referindo-se ao fato de que “passou-se por cima” das casas dos hebreus, sem que seus primogênitos tivessem sido atingidos por mais aquele castigo.

No início dos tempos cristãos, a Páscoa era comemorada no mesmo dia da Páscoa dos judeus, isto é, no dia 14 de nisã (sétimo mês do calendário hebraico), mas no Concílio de Niceia, no ano 325, a Igreja Católica decidiu não mais celebrar a Páscoa no mesmo dia que os judeus, e sim no domingo imediato ao 14 de nisã. Como o calendário judaico é lunar, a Páscoa passou a ser celebrada no domingo subsequente ao décimo quarto dia após a lua nova de março, isto é, no domingo seguinte à primeira lua cheia depois do equinócio da primavera do hemisfério norte.

Por coincidir com o início da primavera no hemisfério norte, essa festa cristã absorveu costumes relativos a essa época e, em muitos casos, o próprio nome.

Os símbolos da Páscoa, o coelho e os ovos, derivam da comemoração milenar dos anglo-saxões e dos chineses, respectivamente, assim como de outros povos. Celebrando a primavera, a renovação da natureza, os anglo-saxões faziam do coelho um símbolo da vida e da fecundidade, pois é conhecidíssima a velocidade com que se reproduzem esses animais. Já os chineses, em suas comemorações da primavera, comiam ovos cozidos, os quais eram pintados de diversas cores. Os ucranianos tinham um costume semelhante, que é mantido até os dias de hoje: os ovos são decorados de maneira bastante colorida, formando a “pêssanka”.

Em português, como dissemos, essa festa chama-se Páscoa, mas em alemão denomina-se Ostern; em inglês Easter, sendo ambas denominações derivadas do nome da deusa mitológica da primavera, Óstara.

Como se vê, a comemoração da Páscoa em todo o mundo é resultado de costumes e crenças diversas.



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