Petiscamos: alimentos, manchetes de notícias, afetos... Buscamos nutrição. Mas será que temos a abertura necessária para achar ou preferimos permanecer na superfície, na dispersão e no petiscar que nem sempre nutre? Para ser um real buscador é preciso ter a humildade e a coragem de mergulhar, de se abrir para as profundezas dos oceanos. Despir-se de crenças aconchegantes que nos confortam, como roupas antigas já adaptadas ao corpo, é um desafio.
“- Os ursos querem que tomemos banho junto com eles! exclamou um dos incas, enquanto se dirigia até o urso que estava no meio do rio. Visivelmente contentes por tanta compreensão, todos os ursos se lançaram à água. Mergulhavam, arfavam e cutucavam sempre de novo os seres humanos que pescavam seus ponchos. Somente quando um dos incas jogou bastante água nos ursos, eles sossegaram, troteando rio abaixo.
- Temos de procurar um outro local para nossas casas de provisões! disse um dos mestres-de-obras. Encontramo-nos numa região pertencente aos ursos.”
Roselis von Sass, A Verdade Sobre os Incas