“Aqui na Terra estamos envoltos por um grande mundo invisível, no qual atuam forças e espíritos que nos guiam, tanto no bom como no mau sentido.”
Roselis von Sass, Atlântida – Princípio e Fim da Grande Tragédia
Num tempo em que as pessoas ainda estavam em sintonia com as vozes da natureza, as transformações naturais que se faziam necessárias não afetavam necessariamente a vida humana. Era possível receber avisos sobre ameaças de perigo. Contudo, nem sempre os alertas eram atendidos.
Em um trecho de A Verdade sobre os Incas, a escritora Roselis von Sass relata a viagem do povo inca ao deixar seu vale. Num determinado momento, o deslizamento de uma montanha interrompe a continuação do trajeto que o grupo fazia com a ajuda das lhamas, sendo necessário descer por um desfiladeiro:
“— Aqui cheira a decomposição! disse a mulher de San, olhando em redor, como se procurasse algo.
— Nada encontrarás! disse San. Pois a montanha soterrou, debaixo de si, todos os que outrora viveram aqui. Tudo indica isso.
— Soterrou? perguntou ela incrédula. Não, os espíritos da montanha não matam nem soterram seres humanos!
— Os seres humanos que aqui viveram, disse San explicando, decerto foram incentivados a deixar esta região a tempo. Isto eles sempre fazem, quando nas montanhas um perigo ameaça as pessoas.
Na saída do desfiladeiro ecoaram exclamações jubilosas. Conduzidas por um dos homens, as crianças levavam com segurança seus animais de montaria através do desfiladeiro e subiam agora para as planícies ensolaradas.”
Também na época da Atlântida, noticiada pelo sábio filósofo Platão, os moradores foram alertados para deixar a região a tempo. Muitos não deram ouvidos aos avisos dos sábios e da natureza e não saíram da área que seria atingida pelas águas.
“Vendavais, chuvas de granizo, terremotos, maremotos e até mesmo erupções vulcânicas abalavam o país. Mas os seres humanos remanescentes pareciam estar cegos e surdos. Apesar de todos os presságios da natureza, continuavam a acreditar que ainda tinham muito tempo diante de si…”, escreve Roselis von Sass, em Atlântida. Princípio e Fim da Grande Tragédia.
Resgatar a relação com a natureza é um dos alicerces para saber por qual trilha seguir. Às vezes, nos acontecimentos simples como nos grandiosos, a vida exige mudança e atitude. Contudo “ninguém pode ser obrigado a fazer algo que não quer, pois tão só o ser humano é senhor do seu próprio destino”, lembra a autora Roselis von Sass.
Maria de Fátima Seehagen
O número de dias que antecedem o Natal aumentou! O movimento da maioria das pessoas em torno desta data, também... Parece urgente iniciar as celebrações mais cedo. Uns correm atrás de presentes, outros atrás de comidas, outro tanto se prepara para as férias e para rever os parentes e amigos queridos...
Na mídia enormes papais-noéis invadem todos os horários publicitários, prometendo as mais diversificadas sensações...
Tocar a vida com cuidado: escutar e ser escutado, apoiar e ser apoiado. Fortalecer a colaboração em vez da competição. Cuidar de si — do corpo ao pensamento — para que a própria potência possa expressar-se. O ato de cuidar sustenta a base da vida e atravessa a existência inteira, de forma visível e também invisível, tecendo redes interdependentes de nutrição e afeto.

Daniela Schmitz Wortmeyer
Ao observar os primeiros passos de uma criança, vislumbramos princípios que norteiam o desenvolvimento durante toda a vida. Para aprender a caminhar, é preciso passar por várias etapas: desde os primeiros esforços para erguer a cabeça, sustentar o corpo na posição sentada, rastejar pelo solo, engatinhar, até o ensaio dos primeiros passos… Trata-se de um processo que envolve experimentação, tentativas e erros, em que as capacidades da criança vão sendo gradualmente desenvolvidas. Seus esforços costumam ser acolhidos com naturalidade, compreensão e apoio, e cada nova possibilidade explorada se torna motivo de alegria.
Com o passar do tempo, porém, passamos a enfatizar certos indicadores de “sucesso”, deixando de valorizar o…

