Dragões voadores

fevereiro 01, 2017

Os dragões aparecem nas tradições mitológicas de diversos povos. Na China, por exemplo, o dragão é uma figura associada à abundância, prosperidade e fortuna.

Eles também são figuras recorrentes no cinema, nos brinquedos e no imaginário de muitos, que pegariam de bom grado uma carona nesses répteis gigantes, capazes de planar no ar.

Dizem que o animal que hoje mais lembra um dragão é o dragão de Komodo, que vive na Indonésia, tem até 3 metros de comprimento e chega a pesar 70 quilos. Trata-se do maior lagarto do mundo.

 

Hoje, para muitos, o relacionamento entre humanos e dragões parecerá fantasioso e improvável.

 

Mas num tempo em que o medo e a tristeza não permeavam a relação entre seres humanos e animais, tudo pode ter sido muito diferente.

 

A admiração ou paixão que muitos nutrem pelos dragões voadores pode até ser uma saudade ou uma lembrança dessa relação de confiança e respeito com tudo o que é da natureza. Coisas que merecem ser resgatadas.

 

“Voar em dragões constituía uma vivência única, com a qual cada homem sonhava desde a juventude. Considerando o grande número desses animais que vivia naquela época no país, havia relativamente poucos ‘voadores’ de dragões. Os responsáveis por isso eram os próprios dragões, pois comportavam-se de maneira muito peculiar na escolha do homem a quem estavam dispostos a reconhecer como amo. Sim, os dragões escolhiam seu amo, e não o contrário.

 

Vejamos: um homem que desejasse voar em dragões, tinha de procurar uma fêmea de dragão. Isso demorava alguns dias ou semanas, conforme a região onde ele habitasse. Tendo encontrado o animal, tinha de aproximar-se dele. A melhor hora para isso era à tardinha, quando os dragões estavam sentados, satisfeitos, perto de suas grutas. O visitante humano, naturalmente, não vinha de mãos vazias. Trazia consigo gulodices que esses animais comiam com especial prazer. Eram doces de mel enrolados em folhas.

 

O dragão observava com a cabeça bem erguida e sem o menor movimento a aproximação do estranho. O cheiro e tudo o mais que emanava desse estranho já há muito tinha chegado até ele, tendo sido ‘examinado’. 

 

Se o resultado do ‘exame’ fosse favorável, o dragão movia seu pescoço comprido de um lado para outro, como num cumprimento, enquanto suas asas vibravam levemente.  

 

Ao ver esses sinais, o estranho aproximava-se rapidamente do animal, passava a mão carinhosamente pelo pescoço escamoso e ofertava-lhe os doces de mel, que eram aceitos de bom grado. A união ou pacto estava então selado, perdurando geralmente por toda a vida.”  

 

Roselis von Sass

 

Atlântida, Princípio e Fim da Grande Tragédia  



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