“— Relatei-vos tais horrores, meu pai. Gostaria de ouvir de vós quando chegará a hora de mudar isso tudo. Gostaria de saber o que pensais sobre isso, pois vossa intuição é maior do que a dos outros homens e vós permaneceis em silêncio! Por que agis assim? Serei demasiado criança para partilhar vosso saber?
— Li-Erl, o velho falou com voz profunda, na qual se notava a agitação íntima. Li-Erl, não és criança demais, mas procura refletir: foste abençoado desde os jardins eternos, como Portador da Verdade.
Será que Aquele, por quem foste escolhido, não irá mostrar-te o caminho que deverás percorrer? Nenhuma palavra humana deverá guiar-te, nenhuma sabedoria humana influenciar-te. Apenas posso escutar o que te brota da alma, para que ela assim ganhe paz, enquanto não deres início a tua missão. Mais do que isso ninguém de nós deverá fazer.”
Lao-Tse, Coleção O Mundo do Graal
“Já existiu algum inventor que descobrisse algo, sem antes estudar minuciosamente as leis da natureza, adaptando-se a elas cuidadosamente?
Nenhum processo técnico, por exemplo, pode desenvolver-se sem que o ser humano se oriente exatamente pelas leis inamovíveis da natureza.”
Roselis von Sass, Fios do destino determinam a vida humana.
Em nosso contexto, é raro haver silêncio interno e externo. Internamente, cada um está com a mente repleta de palavras: um fluxo incessante de pensamentos, que dificultam perceber o significado essencial. Ao mesmo tempo, não abrimos espaço para ouvir: mal escutamos o que vem de fora, especialmente se não confirmarmos nossas ideias, logo pensando em como defender a própria visão. Assim, a palavra frequentemente confunde e separa, em vez de servir de ponte para uma comunicação autêntica.
"Tentar subir às alturas sem fazer pontes firmes é como ver um filme avançando sempre as partes menos importantes no anseio de se chegar ao fim. Quando se vê, no descuido do afã, perdeu-se sem querer a própria história, com suas pequenas e entretecidas ligaduras.
Uma teia de costura falha, só no alinhavo, com pontos longos e distantes que, ao menor sacolejo, se rompe inutilmente."
Caroline Derschner