“— Relatei-vos tais horrores, meu pai. Gostaria de ouvir de vós quando chegará a hora de mudar isso tudo. Gostaria de saber o que pensais sobre isso, pois vossa intuição é maior do que a dos outros homens e vós permaneceis em silêncio! Por que agis assim? Serei demasiado criança para partilhar vosso saber?
— Li-Erl, o velho falou com voz profunda, na qual se notava a agitação íntima. Li-Erl, não és criança demais, mas procura refletir: foste abençoado desde os jardins eternos, como Portador da Verdade.
Será que Aquele, por quem foste escolhido, não irá mostrar-te o caminho que deverás percorrer? Nenhuma palavra humana deverá guiar-te, nenhuma sabedoria humana influenciar-te. Apenas posso escutar o que te brota da alma, para que ela assim ganhe paz, enquanto não deres início a tua missão. Mais do que isso ninguém de nós deverá fazer.”
Lao-Tse, Coleção O Mundo do Graal

Sibélia Zanon
A beleza é mandamento na asa de passarinho. Se assim não fosse, a cor não habitaria tanta pena. Planando em altura e com leveza, a beleza é arrebatamento – um horizonte se deita sob suas asas.
A beleza chega a ser pungente – pulsa e se faz reconhecer fácil e intimamente. É essência e necessidade numa vida que busca inteirezas.
Por ser tão forte, chega a provocar desconforto ao revelar a ferida. Deflagra aquilo que o cotidiano – coberto com um manto tecido de dor e breu – não consegue ser. Ao iluminar a penumbra costumeira, a beleza constitui-se num lembrete da escassez e pode fazer doer uma saudade. O que parecia conforto passa a ser…

“Nas escarpadas encostas, que se situavam como proteção, no lado do poente, eles queriam pernoitar. Ali armaram suas peles em forma de tendas, para se protegerem contra o vento da noite. Construíram um pequeno fogão de pedras, para fazerem fogo à noite.
Então seguiram o caminho até alcançarem o fim da alta planície. O céu irradiava uma indescritível claridade, o Sol declinava e o mar parecia chamejar. No chão branco da margem arenosa e calcária, com leve declive, e cujas beiras eram lavadas pelo mar, pairava um brilho áureo-cintilante...”
Éfeso, Coleção o Mundo do Graal
“Qualquer exercício especial dá sempre apenas um mísero sucedâneo da força consciente da grande simplicidade, que reside na naturalidade do autodomínio permanente.”
Abdruschin, Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal

