As estações e seus movimentos

setembro 11, 2021

Ilustração de céu de cidade com pipas

O ser humano é uma ave migratória em busca de condições favoráveis de vida, sempre em movimento. Mas quantas movimentações existem dentro do grande movimento?

— Você consegue movimentar? – pergunta o médico, referindo-se à perna, ao pé, a um dedo… O movimento é sinal de saúde. Saúde do corpo e também das emoções, porque o movimento se assemelha à esperança. Ele carrega consigo um propósito: ir, fazer. Verbos de ação para quem consegue ter força, ímpeto, desejo. O impulso de uma ave empenhada em migrar para territórios aprazíveis e quentes.

As estações do ano contam histórias sobre as possibilidades de movimento. A primavera do desabrochar, o verão da plenitude, o outono da introspecção e o inverno da contenção e preparação para a renovação do ciclo. Conter e restaurar internamente para depois explodir potências. Os movimentos humanos também têm seus ritmos e estão em conexão com os diversos ciclos da natureza. 

Assim como os nossos movimentos podem ser mais energizados ou mais calmos, as respostas da vida também têm seus ciclos e suas velocidades, orientadas por diversos fatores, dentre eles as irradiações dos astros.

Abdruschin escreve em
Na Luz da Verdade : “As irradiações dos astros formam somente os caminhos e os canais através dos quais tudo o que é vivo na matéria fina pode chegar mais concentradamente a uma alma humana, a fim de ali se efetivar. Falando figuradamente, pode-se dizer: os astros assinalam as épocas em que os efeitos retroativos e outras influências através da condução das irradiações podem fluir sobre o ser humano mais concentrada e cerradamente.”

Os períodos em que sentimos as respostas da vida mais lentas assemelham-se ao inverno, com seu movimento descendente, a queda na luz e na temperatura. É como se houvesse uma energia de retração, concentração, densificação, uma energia de silêncios. A aparente estagnação não significa, contudo, uma falta de movimentação, mas pode ser um período de maturação. O interior trabalha. A árvore se recupera do esforço do fruto para poder recomeçar.

Já a estagnação, que pode nos acometer, consequência de algum desânimo ou desesperança, não significa que estejamos necessariamente parados, porque continuamos em conexão com o movimento da vida. E a natureza tem seus fluxos contínuos. Assim, a paralisação pode gerar, por exemplo, o atrofiamento de um músculo ou de alguma outra capacidade. Se a falta de movimentação humana gera o atrofiamento, esse atrofiamento não deixa de ser um movimento da natureza.

Mesmo quando não estagnados, há fases em que não sabemos bem para onde ir, que tamanho de passo dar. Contudo, o empenho em começar um movimento já é em si um avanço, que traz força e inspira e, até mesmo, ajuda a encontrar a direção. O movimento aquece não apenas o corpo, mas uma rede de intenções, inspirações, força. Cada movimento gera outro novo e nada fica sem resposta.

Para além do movimento físico e do movimento cotidiano de trabalho, há um movimento interno que pulsa, uma força que mobiliza, dá vida e concede maior presença aos movimentos externos. Quando migra, o pássaro não plana só nos ventos, mas também escolhe sua direção. A movimentação interior, que vem do espírito e da alma, valoriza os movimentos físicos e as escolhas cotidianas, traz vivacidade por meio de experiências, aprendizados e fortalecimento de convicções. Alimenta o pulso criativo, traz alegria e paz.

Mesmo sem saber exatamente para onde ir, é possível exercitar e aquecer as asas. Estamos sempre migrando para um novo panorama, com novas vistas e oportunidades de desenvolvimento, e o verão pode irromper a qualquer movimento.

“A natureza encerra muitos milagres. Tudo se encontra em movimento. Ininterruptamente! Não obstante, nada sai do equilíbrio.”



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