“Ao deixar o pátio, Sunrid pensava com gratidão nas tantas pessoas que no decorrer do tempo vieram à casa de cura. A todas fora dado auxílio. Espiritual e corporalmente. Como tinham sido ricos e preenchidos os seus anos de vida pelo servir ao próximo…
Cada dia, na hora do pôr do sol, todos os médicos e alunos reuniam-se na sala do saber espiritual. Ao entrar na sala, cada qual se inclinava, com os braços cruzados sobre o peito, diante de um alto pedestal, onde estava acesa a chama eterna; depois, acomodavam-se sobre as esteiras que cobriam o chão.
Nessa sala Sunrid ministrava seus ensinamentos aos alunos. Suas aulas eram mais de natureza espiritual. Ele somente mantinha alunos que também se esforçavam em perscrutar as causas mais profundas de uma doença; aqueles, pois, que compreendiam que o querer e o atuar errados, bem como a idolatria, eram os piores causadores de doenças. Nas reuniões, ao anoitecer, falava-se também de problemas que se haviam apresentado no decorrer do dia.”
Roselis von Sass, A Grande Pirâmide Revela seu Segredo

Sibélia Zanon
A beleza é mandamento na asa de passarinho. Se assim não fosse, a cor não habitaria tanta pena. Planando em altura e com leveza, a beleza é arrebatamento – um horizonte se deita sob suas asas.
A beleza chega a ser pungente – pulsa e se faz reconhecer fácil e intimamente. É essência e necessidade numa vida que busca inteirezas.
Por ser tão forte, chega a provocar desconforto ao revelar a ferida. Deflagra aquilo que o cotidiano – coberto com um manto tecido de dor e breu – não consegue ser. Ao iluminar a penumbra costumeira, a beleza constitui-se num lembrete da escassez e pode fazer doer uma saudade. O que parecia conforto passa a ser…

“Nas escarpadas encostas, que se situavam como proteção, no lado do poente, eles queriam pernoitar. Ali armaram suas peles em forma de tendas, para se protegerem contra o vento da noite. Construíram um pequeno fogão de pedras, para fazerem fogo à noite.
Então seguiram o caminho até alcançarem o fim da alta planície. O céu irradiava uma indescritível claridade, o Sol declinava e o mar parecia chamejar. No chão branco da margem arenosa e calcária, com leve declive, e cujas beiras eram lavadas pelo mar, pairava um brilho áureo-cintilante...”
Éfeso, Coleção o Mundo do Graal
“Qualquer exercício especial dá sempre apenas um mísero sucedâneo da força consciente da grande simplicidade, que reside na naturalidade do autodomínio permanente.”
Abdruschin, Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal

