“Na infância tínhamos a nítida impressão de que o tempo passava mais devagar. Parecia decorrer uma eternidade até o período de férias chegar; a festa de Natal, sempre ansiosamente aguardada, era um evento que se repetia mui raramente; o dia do aniversário, então, parecia até um golpe de sorte quando finalmente despontava. À medida que crescemos, a estória se inverte. Parece que o tempo se acelera. Mal repetimos nossas eternamente imutáveis resoluções de ano-novo, e as semanas e meses já iniciam sua desabalada carreira. Quando nos damos conta já estamos prestes a ultrapassar o primeiro semestre, para logo em seguida nos surpreendermos com os primeiros acordes natalinos. E, no entanto, sabemos que as intermináveis horas da infância possuem os mesmos fugazes 60 minutos da fase adulta.
A explicação dessa mudança de percepção está, pois, na vivência. É a vivência do ser humano que se intensifica a partir de certa idade, e não o tempo. O tempo não muda. Os movimentos dos ponteiros do relógio apenas registram numericamente nossa passagem dentro do tempo aqui na Terra. O tempo não passa, nós é que passamos dentro dele. Quando o corpo terreno atinge um determinado estado de maturação, na adolescência, o espírito dentro dele passa a se fazer valer plenamente, e então as vivências se intensificam.”
Roberto C. P. Junior, Jesus Ensina as leis da Criação