Ora ele parece curto, ora comprido. Mas nunca encolhe nem estica. O tempo fica parado, e somos nós que nos movemos. O tempo das obrigações nos pressiona do lado de fora, enquanto por dentro funcionamos em outro ritmo. A maturação interior precisa dos mergulhos na concretude do presente, mergulhos na textura da folha e nos cheiros da terra, mergulhos no tocar e ser tocado pela vida. Amarrados em burocracias e dificuldades – a maioria delas arquitetadas por nossas escolhas anteriores –, sentimos o tempo acorrentado. A densidade de tudo o que nos cerca torna o experimentar menos fluido e mais pesado.
Textos desta edição:
- Mergulho em tempo
- Espiando pela fresta
- Abalos anímicos
LER NA ÍNTEGRA
“— O corpo mais fino não pode ser enterrado, como tampouco seria possível enterrar uma nuvem…”
Roselis von Sass, A Grande Pirâmide Revela seu Segredo
Às vezes a transformação bate à porta com certa força, na forma de um acontecimento exigente ou doloroso que abala as estruturas e demanda mudança.
Outras vezes, ela se anuncia por dentro, na forma de inquietação e anseio por algo diferente, que ressignifique a trajetória ou diminua alguma dor.
Tudo começa com pensamentos. E pensamentos formam mundos. São muitos os tipos de pensamento que pairam ao redor. Eles podem ser alimentados ou não pela nossa vontade, podem ser direcionados como aliados ou mesmo ganhar vida como inimigos.