Não estamos prontos, estamos em movimento. Não somos seta, somos tocha. E é nesse flamejar que buscamos aquecer nossos potenciais. Cada um com os seus, cada um com a sua busca. Em tempos de uniformização, produtividade e eficiência como valores máximos, a singularidade de cada chama pode assustar. Por vezes, tentamos mascarar nosso jeito, nosso brilho ou nossa sombra para que exista aceitação. Mas será que é isso o que a vida pede? Somos vulneráveis porque somos afetados e também afetamos - de forma única.
Textos desta edição:
- Pedra sobre pedra
- Terras submersas
- Expandir e pertencer
LER NA ÍNTEGRA
“Já existiu algum inventor que descobrisse algo, sem antes estudar minuciosamente as leis da natureza, adaptando-se a elas cuidadosamente?
Nenhum processo técnico, por exemplo, pode desenvolver-se sem que o ser humano se oriente exatamente pelas leis inamovíveis da natureza.”
Roselis von Sass, Fios do destino determinam a vida humana.
Em nosso contexto, é raro haver silêncio interno e externo. Internamente, cada um está com a mente repleta de palavras: um fluxo incessante de pensamentos, que dificultam perceber o significado essencial. Ao mesmo tempo, não abrimos espaço para ouvir: mal escutamos o que vem de fora, especialmente se não confirmarmos nossas ideias, logo pensando em como defender a própria visão. Assim, a palavra frequentemente confunde e separa, em vez de servir de ponte para uma comunicação autêntica.
"Tentar subir às alturas sem fazer pontes firmes é como ver um filme avançando sempre as partes menos importantes no anseio de se chegar ao fim. Quando se vê, no descuido do afã, perdeu-se sem querer a própria história, com suas pequenas e entretecidas ligaduras.
Uma teia de costura falha, só no alinhavo, com pontos longos e distantes que, ao menor sacolejo, se rompe inutilmente."
Caroline Derschner