Guardião do corpo terreno

setembro 17, 2024


"Sunrid olhava para as estrelas, como se ali em cima encontrasse a solução do enigma de tantas pessoas estarem colaborando com tanto afinco para sua própria destruição… Logo depois, porém, libertou-se de todos os pensamentos de preocupação, e quando tudo nele se acalmara, elevou os braços em direção ao céu, numa silenciosa oração de agradecimento: “Aqui estou, Senhor de toda a vida!…”

Depois dessa oração, ele desceu para o andar inferior, atravessando com passos rápidos um amplo salão, onde no fundo estavam seus aposentos.

Sunrid afastou a cortina e entrou. Na antessala, ao lado da entrada de seu dormitório, estava seu servo Horis, esperando. Sunrid tirou seu burnus e pegou a taça de ouro que o servo lhe oferecia. Vagarosamente bebeu o refrescante suco de frutas. Ao devolver a taça vazia a Horis, fez-lhe um sinal com a mão, e entrou a seguir em seu dormitório, deitando-se no leito duro.

Horis compreendera o sinal de seu amo. Depois de ter limpado a taça, saiu para o salão grande, acomodando-se ao lado da cortina que fechava a antessala. Agora era ele o guardião do corpo terreno de Sunrid, enquanto seu espírito, conscientemente, empreendia uma peregrinação." 

Roselis von Sass, A Grande Pirâmide Revela seu Segredo


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Roselis von Sass,  Revelações Inéditas da História do Brasil

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Sibélia Zanon

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Por ser tão forte, chega a provocar desconforto ao revelar a ferida. Deflagra aquilo que o cotidiano – coberto com um manto tecido de dor e breu – não consegue ser. Ao iluminar a penumbra costumeira, a beleza constitui-se num lembrete da escassez e pode fazer doer uma saudade. O que parecia conforto passa a ser…

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