“Mas, tão logo se inicie na criatura humana realmente a vontade sincera para a escalada, muito em breve poderá observar como, pouco a pouco, se manifesta mais e mais vida em seu ambiente, como se lhe fossem colocadas no caminho toda sorte de coisas, as quais, no entanto, terminarão sempre bem. Dá-lhe na vista até. Advirá, do mesmo modo, por fim, um período visível de mais calma ou quando todos os acontecimentos, nitidamente reconhecíveis, servem também para progresso terreno. Então passou a época das remições.
Com alegre agradecimento pode entregar-se à ideia de que muita culpa se lhe desprendeu, que doutro modo deveria ter penitenciado pesadamente. Deve então estar vigilante, a fim de que todos os fios do destino, que pela sua vontade e pelo seu desejar de novo ata, sejam apenas bons, para que também lhe possa atingir apenas o que é bom!”
Abdruschin, Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal
Ora ele parece curto, ora comprido. Mas nunca encolhe nem estica. O tempo fica parado, e somos nós que nos movemos. O tempo das obrigações nos pressiona do lado de fora, enquanto por dentro funcionamos em outro ritmo. A maturação interior precisa dos mergulhos na concretude do presente, mergulhos na textura da folha e nos cheiros da terra, mergulhos no tocar e ser tocado pela vida. Amarrados em burocracias e dificuldades – a maioria delas arquitetadas por nossas escolhas anteriores –, sentimos o tempo acorrentado. A densidade de tudo o que nos cerca torna o experimentar menos fluido e mais pesado.