Quando
pequena eu gostava de colecionar sementes que achava no quintal. Chamava-as de
nenéns e cuidava delas como se cuida de gente pequena. Olhava uma a uma e
juntava-as num saquinho de pano ou nos bolsos da calça fofa de veludo.
Colecionar
experiências é tarefa exigente. Depende da intensidade ou atenção com que
vivemos o presente e nele nos movimentamos. Depende da abertura que
desenvolvemos para aproveitar toda a potencialidade daquilo que nos acontece.
Depende, ainda, do poder de maravilhar-se com o ordinário no cotidiano.
Assim,
muitas vezes, uma vivência pode ser despertada por uma observação atenta da
natureza e até mesmo por meio de um filme, um livro, uma notícia, uma música
e não apenas por aquilo que nos atinge de forma intensa, sejam insucessos ou
felicidades.
Contudo,
para conseguir extrair das experiências o significado é preciso movimentar-se.
Isso não significa, necessariamente, buscar experiências extraordinárias, mas
ter o euaberto e atento ao presente e a todos os pequenos e grandes
acontecimentos, refletindo sobre as ações individuais e coletivas, suas motivações,
consequências e significados. Com o olhar alerta, podemos ir colecionando
aquelas sementes do cotidiano, que guardam em si o potencial de brotar
vivências significativas dentro de cada um.
"—Li-Erl, filho dos jardins sagrados, grande foi a graça que Deus me proporcionou, permitindo-me ver-te. Puro como Ele te enviou, assim te conservaste. Guiado pela Pureza terás de caminhar por entre os homens, reavivando a Luz que se extingue, trazendo a Verdade àqueles que se asfixiam nos pecados.”
"— Maon, o sábio, já se encontra em tua casa, Alaparos. Ele unirá Maris Iamin e Scham-Haran na Terra com as flores da pureza." Roselis von Sass, A Desconhecida Babilônia
Em tempos de uniformização, produtividade e eficiência como valores máximos, a singularidade de cada chama pode assustar. Por vezes, tentamos mascarar nosso jeito, nosso brilho ou nossa sombra para que exista aceitação. Mas será que é isso o que a vida pede?