“Grande alegria teve Leopoldina com a vinda dos artistas franceses que dom João havia chamado para o Brasil, no objetivo de fundarem aqui a Escola de Ciências, Artes e Ofícios. Nos primeiros tempos dom João e dom Pedro estavam sempre presentes quando os artistas Pradier, Taunay, Debret, Nicola e outros vinham ao palácio tratar das suas tarefas, apresentar propostas e sugestões. Frequentemente, porém, acontecia de dom João se sentir adoentado, a ponto de não mais suportar reuniões muito demoradas: comia cada vez mais e engordava a olhos vistos.
Dom Pedro, por sua vez, dava a entender claramente que as conversas sobre arte o entediavam, tanto mais que não conseguia acompanhar o francês falado rapidamente. Assim aconteceu de Leopoldina ficar logo conhecendo pessoalmente muitas personalidades, aumentando dia a dia as suas responsabilidades.
Desde o começo teve, assim, de assumir uma posição excepcional, dado que na época não era costume mulheres tratarem o que quer que fosse com homens. Pelo menos no Brasil e em Portugal. E se acontecia de Carlota Joaquina tecer comentários deprimentes sobre isso, dom João desde logo a repelia alegando que Leopoldina fora educada na corte da Áustria e que sempre, acompanhando o pai, comparecia a todas as recepções e atividades oficiais do paço.”
Roselis von Sass, Leopoldina - Uma vida pela Independência
Conheça aqui
Sibélia Zanon
A beleza é mandamento na asa de passarinho. Se assim não fosse, a cor não habitaria tanta pena. Planando em altura e com leveza, a beleza é arrebatamento – um horizonte se deita sob suas asas.
A beleza chega a ser pungente – pulsa e se faz reconhecer fácil e intimamente. É essência e necessidade numa vida que busca inteirezas.
Por ser tão forte, chega a provocar desconforto ao revelar a ferida. Deflagra aquilo que o cotidiano – coberto com um manto tecido de dor e breu – não consegue ser. Ao iluminar a penumbra costumeira, a beleza constitui-se num lembrete da escassez e pode fazer doer uma saudade. O que parecia conforto passa a ser…

“Nas escarpadas encostas, que se situavam como proteção, no lado do poente, eles queriam pernoitar. Ali armaram suas peles em forma de tendas, para se protegerem contra o vento da noite. Construíram um pequeno fogão de pedras, para fazerem fogo à noite.
Então seguiram o caminho até alcançarem o fim da alta planície. O céu irradiava uma indescritível claridade, o Sol declinava e o mar parecia chamejar. No chão branco da margem arenosa e calcária, com leve declive, e cujas beiras eram lavadas pelo mar, pairava um brilho áureo-cintilante...”
Éfeso, Coleção o Mundo do Graal
“Qualquer exercício especial dá sempre apenas um mísero sucedâneo da força consciente da grande simplicidade, que reside na naturalidade do autodomínio permanente.”
Abdruschin, Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal

