Sofrimentos e alegrias

novembro 13, 2021

Flores de cactos alaranjadas de cor viva, destaque entre delicadeza e a rústico dos espinhos.

"Na viagem a bordo, sentia-se profundamente triste, sem atinar mesmo com os motivos que a levavam a isso. Saudades não eram, porque se sentia inteiramente desligada dos seus. Livre de quaisquer laços afetivos seguia ao encontro do seu destino. Tinha a intuição de que estava perfeitamente preparada para o lugar que deveria preencher.

Falava quatro línguas; certamente dentro em breve estaria conhecendo bem o idioma português. Tocava violino e piano. Música e botânica eram as suas ocupações prediletas, principalmente a botânica. Das suas viagens e excursões trazia cestas cheias de plantas exóticas que aproveitava para pintar. As paredes dos seus aposentos no paço viviam cheias de pinturas e de desenhos de história natural. Teria sido com muito maior prazer naturalista do que princesa.

Enquanto Leopoldina pensava na sua vida em Viena e na sua educação, tornou-se consciente de que iria ao encontro de uma vida dura. Apesar disso, não desejava recuar.

‘Onde há sofrimentos, há também alegrias’, consolou-se a si mesma…"

Roselis von Sass,
Leopoldina – Uma vida pela Independência 


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A beleza chega a ser pungente – pulsa e se faz reconhecer fácil e intimamente. É essência e necessidade numa vida que busca inteirezas. 

Por ser tão forte, chega a provocar desconforto ao revelar a ferida. Deflagra aquilo que o cotidiano – coberto com um manto tecido de dor e breu – não consegue ser. Ao iluminar a penumbra costumeira, a beleza constitui-se num lembrete da escassez e pode fazer doer uma saudade. O que parecia conforto passa a ser…

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Então seguiram o caminho até alcançarem o fim da alta planície. O céu irradiava uma indescritível claridade, o Sol declinava e o mar parecia chamejar. No chão branco da margem arenosa e calcária, com leve declive, e cujas beiras eram lavadas pelo mar, pairava um brilho áureo-cintilante...”


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