"Na viagem a bordo, sentia-se profundamente triste, sem atinar mesmo com os motivos que a levavam a isso. Saudades não eram, porque se sentia inteiramente desligada dos seus. Livre de quaisquer laços afetivos seguia ao encontro do seu destino. Tinha a intuição de que estava perfeitamente preparada para o lugar que deveria preencher.
Falava quatro línguas; certamente dentro em breve estaria conhecendo bem o idioma português. Tocava violino e piano. Música e botânica eram as suas ocupações prediletas, principalmente a botânica. Das suas viagens e excursões trazia cestas cheias de plantas exóticas que aproveitava para pintar. As paredes dos seus aposentos no paço viviam cheias de pinturas e de desenhos de história natural. Teria sido com muito maior prazer naturalista do que princesa.
Enquanto Leopoldina pensava na sua vida em Viena e na sua educação, tornou-se consciente de que iria ao encontro de uma vida dura. Apesar disso, não desejava recuar.
‘Onde há sofrimentos, há também alegrias’, consolou-se a si mesma…"
Roselis von Sass,Leopoldina – Uma vida pela Independência