O comportamento pouco usual dos animais frente ao perigo muitas vezes chama a atenção de biólogos e cientistas. Em determinadas catástrofes naturais, foi muito observada a reação antecipada dos animais mediante o perigo.
Certa vez, num tsunami que devastou a Ásia, funcionários de um parque nacional situado no Sri Lanka ficaram surpresos em não encontrar nenhum animal morto, enquanto tantas pessoas sucumbiram na mesma região.
O biólogo e filósofo da natureza Rupert Sheldrake, estudando e questionando fenômenos do mundo animal, diz sobre premonição de catástrofes:
“Existem inúmeras histórias sobre animais de estimação que tentam advertir seus donos dos perigos de uma viagem que, de fato, acaba se revelando fatal. Mais impressionante é o comportamento deles antes de terremotos”.
Sheldrake lembra que, antes do terremoto de 1960, que matou 15 mil pessoas no Marrocos, animais foram vistos correndo para longe da região. Muitos animais parecem também ter fugido antes do abalo que atingiu a Iugoslávia, três anos mais tarde. O biólogo ainda cita que animais abandonaram a região de Tashkent, na Rússia, pouco antes do terremoto de 1966.
Mas o que seria então este instinto especialmente desenvolvido ou o também frequentemente mencionado “sexto sentido”, e por que os seres humanos não aprenderam com os casos relatados, dando mais atenção ao mundo animal?
Com a decrescente ligação do ser humano com a natureza no decorrer dos tempos, este elo de confiança com o mundo da natureza, incluindo os animais, foi aos poucos diminuindo. Com esse afastamento, muito se perdeu. De espécie diversa e com a sintonia nos elementos da natureza, os animais têm sensibilidade maior para captar sinais que o ser humano não pode mais perceber. E isso faz, em muitos casos, com que os animais se manifestem de forma surpreendente.
“...o ser humano devia observar mais os animais, a fim de aprender a compreendê-los. O animal tornar-se-á então realmente amigo da criatura humana, pois consegue preencher lacunas e com isso tornar-se ainda muito mais útil ao ser humano do que até agora”, diz o escritor alemão Abdruschin em Na Luz da Verdade.