"Como sempre, os pequenos auxiliadores eram os seus melhores amigos, onde quer que Zoroaster se encontrasse. Indicavam-lhe os caminhos para outros povoados, quando pretendia prosseguir em sua viagem.
Pela maneira como tinham diminuído suas provisões e o dinheiro recebido de Hafis, percebeu então que se achava em viagem havia alguns anos.
Sentia-se como um semeador e gostaria de semear; antes, porém, teria que preparar o solo.
Peregrinava de povoado a povoado, transmitindo sempre alegria. Com pesar deixavam-no ir embora, e de longe já vinham outros, esperançosos e alegres, ao seu encontro.
Não dizia aos seres humanos que ele era o prometido Zoroaster. Eles conheciam-no como Zoroaster, porém não entendiam o que expressava o seu nome e tampouco pensavam sobre isso.
Obedientes como animais satisfeitos, todos procuraram suas cabanas. Era o que Zoroaster queria. Tinha de ficar sozinho, quando chamava seus auxiliadores.
Colocou-se no meio dos campos abandonados e cobertos de ervas daninhas e pediu:
'Ó vós, pequenos enteais que me prometestes ajuda e que tantas vezes já me ajudastes, vinde a mim, necessito de muitos de vós.'
Então eles surgiram dos campos, das cavernas, da floresta e dos prados. Colocaram-se à sua volta, esperançosos, como crianças às quais se prometeu um novo brinquedo.
‘Olhai para os campos, ó vós, pequenos ajudantes’, indicou Zoroaster. ‘Estão abandonados por culpa dos seres humanos. Mas que tenham chegado a tal ponto é minha culpa também. Por isso preciso ajudar a reparar tal mal. Tenho de ajudar na medida que me for possível. Aqui, no entanto, apenas nossas seis mãos absolutamente nada conseguirão. Quereis nos ajudar a preparar os campos?"
Zoroaster, Coleção O Mundo do Graal