De mãos dadas

maio 14, 2019

Criança: muitas vezes um sorriso estampado já acompanha a pronúncia da palavra. Mas, não só isso. Ela vem também acompanhada de significados e sensações particulares: preocupação, dedicação, paciência, satisfação, uma certa melancolia... além de uma grande capacidade de despertar paixões.

Tão frágil, tão dependente e ao mesmo tempo tão capaz de transformar o mundo que a cerca. Quem nunca ouviu falar de uma mãe que parou de fumar pela saúde do bebê; de um parente próximo que, em nome de um bom exemplo, mudou de hábitos? É como se o nascimento de uma criança já viesse cercado por uma magia capaz de trazer progresso para os que estão em volta. Mas o progresso não para por aí. Outros desafios cercam os educadores: limites, equilíbrio, sins e nãos, carinhos e broncas são algumas palavras que entram com força em seu dicionário cotidiano.

Ultimamente, o mundo da criança tem sido muito questionado. Já houve um tempo em que as crianças eram talvez mais felizes e menos sobrecarregadas de cobranças e necessidades do mundo externo. Escola, idiomas, computação, esportes... Com uma grande sobrecarga, cultiva-se muito um lado e esquece-se de outros.

“O cérebro não deve ser sobrecarregado unilateralmente com coisas das quais nem necessita na vida terrena e que lhe exigem muitos esforços para assimilá-las, com o que tem de desperdiçar energia, enfraquecendo o corpo e a alma!”
Abdruschin - Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal

 

O corpo e a alma... Criança precisa de seu tempo de ser criança, de movimento livre, de natureza, de vida, de roupa e de conversa de criança. Não que ela não deva ter em mãos os instrumentos do futuro como a tecnologia e outros tantos conhecimentos, mas parece que o caminho do meio, equilibrado, ainda continua sendo o mais indicado.

Sonha-se com uma escola mais ligada ao mundo e aos elementos de interesse da criança, que forme pessoas capazes de aprender por si próprias e de refletir. A primeira grande atuação, contudo, está nas mãos daqueles que tem a criança ao seu lado desde o primeiro dia: os pais. Maiores responsáveis por uma fase determinante que não volta mais.

A receita? Talvez possa ser descoberta pelo bom observador que ama a sua criança e através de um olhar especial consiga unir suas mãos grandes ao universo daquelas mãos tão únicas e bem pequenininhas. E em busca de um primeiro passo de sucesso, sigam juntos, de mãos dadas, com quedas menos doloridas, progressos pessoais, pequenas surpresas e por que não... grandes sorrisos.

Texto revisado, publicado no periódico Literatura do Graal, número 2.



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Então seguiram o caminho até alcançarem o fim da alta planície. O céu irradiava uma indescritível claridade, o Sol declinava e o mar parecia chamejar. No chão branco da margem arenosa e calcária, com leve declive, e cujas beiras eram lavadas pelo mar, pairava um brilho áureo-cintilante...”


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