"— E o povo aceita
realmente tais fantasias, como expressão da verdade? indagou este, ceticamente.
Em meio à multidão devem existir pessoas que refletem e que não repetem, sem
mais nem menos, aquilo que outros lhes querem impingir!
— Mas é
conveniente assim; o povo aceita simplesmente e de bom grado o que lhe é ditado
pelos sacerdotes.
Muito conclusivo
fora isto, dito por Maru, que ainda acrescentou com um sorriso:
— Onde
chegaríamos, se todos fossem tão minuciosos como tu, Li-Erl?
— Mas isto é
horrível, exclamou o jovem. Aproveitai-vos da infantil credulidade do povo
humilde, para impingir-lhe toda classe de inverdades! E também tu, Maru,
endossaste tais ações?
O mestre olhava-o
sem compreender.
— O que há nisto
de horrível? Cada um recebe aquilo que lhe é de proveito. Podes acreditar,
Li-Erl, o povo é feliz em sua fantasia, que a ninguém prejudica.
— Certamente que causa prejuízo, interrompeu Li-Erl, impetuosamente."
"Somente as coisas
impossíveis exigem crença cega sem reservas, pois cada possibilidade estimula
imediatamente o pensar individual. Onde existe a Verdade, que sempre mostra a
naturalidade e as consequências lógicas, aí se inicia o pensar e,
automaticamente, também a reflexão intuitiva. Cessa somente quando já não
existe mais nada natural, onde, portanto, já não se encontra a Verdade. E apenas através da reflexão intuitiva
pode uma coisa tornar-se convicção, a qual, unicamente, traz valor ao espírito
humano!"
"O Mundo! Quando o ser humano emprega esta palavra, na maior parte das vezes a articula impensadamente, sem chegar a fazer uma ideia objetiva de como possa ser realmente isso a que ele chama o mundo."
"Como único entre todos os presentes, ele portava sobre o peito uma placa quadrada de ouro, com pedras preciosas vermelhas. As pedras preciosas, dispostas em forma de cálice, identificavam-no como discípulo de Asklepios."
Roselis von Sass, A Grande Pirâmide Revela seu Segredo